Rio de janeiro

Jovem é esfaqueada pelo ex em Paciência: ‘Não me matou porque as facas quebraram’

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Ana Beatriz Santos da Silva, de 23 anos, sobreviveu a uma brutal tentativa de feminicídio cometida pelo ex-companheiro Luiz Felipe Silverio Coutinho, que não aceitava o fim do relacionamento. Ela foi esfaqueada várias vezes nas costas e recebeu socos na cabeça, na tarde de quinta-feira (9), em Paciência, na Zona Oeste. O crime é investigado pela 35ª DP (Campo Grande), que já pediu um mandado de prisão contra o agressor. 

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A vítima havia saído da casa onde morava com o ex-companheiro há duas semanas, no entanto, retornou à residência ontem, por volta das 14h, para pegar pertences pessoais, como roupas e documentos. Luiz Felipe, ao reencontrar Ana Beatriz, praticou a série de agressões em plena luz do dia.

Ana Beatriz revelou à polícia que o agressor usou três facas de serra para cometer o crime, e só parou com os golpes quando os objetos cortantes quebraram. Ainda segundo Ana Beatriz, as agressões foram acompanhadas de ameaças de morte.

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A mulher foi socorrida por um amigo e levada para o Hospital Municipal Rocha Faria, em Campo Grande, onde recebeu os primeiros socorros. Ela passa bem e já recebeu alta hospitalar. Atualmente está sendo amparada pelo Instituto Nacional de Combate à Violência Familiar (INCVF) e conseguiu uma medida protetiva contra o agressor.

Segundo relato da vítima, ela decidiu encerrar o relacionamento de dois anos após uma sequência de agressões físicas, psicológicas e verbais. Ana Beatriz diz que não houve um único dia que não tenha sido vítima de violência durante o relacionamento. 

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“Eu saí de casa porque não foi a primeira vez que ele encostou a mão em mim. Foram dois anos de agressões físicas, psicológicas e verbais, mas quando percebi que ele poderia tirar minha vida, decidi sair. Mesmo assim, ele cumpriu a ameaça. Só não conseguiu me matar porque as facas quebraram”, desabafa Ana Beatriz.

“O agressor, Luiz Felipe, não aceitou o término da relação e já havia prometido tirar a vida de Ana Beatriz. O crime foi registrado como tentativa de feminicídio e está sendo processado com o devido suporte jurídico”, disse um representante do INCVF. O Instituto, que ajuda mulheres em todo o Brasil a denunciar casos de agressão, divulgou uma foto de Luiz Felipe nas redes sociais. “Pedimos a todas que ajudem a compartilhar esta denúncia para que as autoridades localizem Luiz Felipe e que ele responda por seus atos. O feminicídio é um crime que destrói vidas e a impunidade só perpetua a violência contra as mulheres”, escreveu o INCVF.

A vítima reforça que deseja que sua história sirva de alerta para mulheres que vivem em situações semelhantes. “Eu procurei ajuda antes que fosse tarde, mas ainda assim ele tentou me matar. Quero que todas as mulheres saibam que é possível sair desse ciclo de violência”, encoraja ela. 

Caso semelhante

Na quinta-feira (9), a Delegacia de Homicídios da Capital (DHC) indiciou Damião Carlos Ramos por esfaquear e matar a ex-companheira na Praça Tiradentes, Centro do Rio. O crime aconteceu no dia 15 de dezembro do ano passado. O criminoso vai responder por feminicídio e furto qualificado contra Eduarda Ferreira Soares. Segundo as investigações, ele perseguiu, ameaçou e agrediu a vítima diversas vezes meses antes do crime.

No dia do crime, Eduarda estava acompanhada de amigos quando percebeu a chegada de Damião. Ela tentou fugir, mas escorregou, sendo alcançada pelo agressor. Após o ataque, o acusado fugiu do local, levando o celular de Eduarda. Ele utilizou o aparelho para se passar pela vítima e enviar mensagens aos familiares para conseguir senhas e acessar informações pessoais da mulher. Damião foi preso um dia após o crime, no estado de Minas Gerais.

O feminicídio é um crime hediondo que segue crescendo no Brasil. Dados do Anuário Brasileiro de Segurança Pública mostram que, em 2023, mais de 1.400 mulheres foram vítimas de feminicídio no país.

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