O fantasma de uma possível segunda onda de Covid-19 começou a “assombrar” a cidade do Rio. Tanto é que o prefeito Crivella aumentou o valor da multa a estabelecimentos comerciais como bares e restaurantes, por aglomeração. Campo Grande, aliás, lidera em mortos!
A princípio, mesmo com número estabilizado de pessoas internadas por COVID-19 no SUS da cidade carioca, a taxa de ocupação de UTIs vem subindo no mês de setembro.
Segundo dados da Rede SUS, evidenciados pela Prefeitura do Rio, a taxa de ocupação está em 80%, com pouquíssimas variações. Só para se ter uma noção: em agosto, chegou a 61%, no dia 8; ontem, foi para a casa dos 81%. No entanto, ainda em setembro, no dia 14, a taxa chegou a 87%.
A Prefeitura explica, em princípio, que o número em alta na taxa de ocupação de leitos de UTI se dá ao fechamento de unidades de referência na cidade, como por exemplo: hospitais de campanha do Parque dos Atletas e o da Lagoa-Barra.
Entretanto, ao jornal O Dia, Margareth Portela – pesquisadora sênior da Fiocruz – alerta que a taxa de ocupação acima da casa dos 80% é preocupante.
“Fico me perguntando se essas desativações de hospitais de campanha não estão sendo precoces. A taxa de ocupação de UTI na casa dos 80% é alarmante, e configura uma zona crítica. Em alguns poucos dias, é possível que ela dê um salto enorme. Para se falar em relaxamento, é necessário que essa taxa esteja abaixo dos 60%, o que seria o sinal vede. Depois do pico da doença, atingimos uma estabilidade, mas ela ainda não é confortável”, declara a pesquisadora.
ALERTA AOS AUTORIDADES
E tem mais. Ainda de acordo com a pesquisadora, a taxa de transmissão da doença também reforça o alerta para as autoridades.
“Já chegamos a ter um índice de uma pessoa com potencial para infectar outras três. Atualmente, o nível está de um para um. Mas, para ser confortável, é preciso termos algo em torno de uma pessoa infectando 0.2”, afirma.
BAIRRO COM MAIOR NÚMERO DE MORTOS
De acordo com o painel Rio COVID-19, que é atualizado diariamente pela Prefeitura do Rio, o bairro de Campo Grande, na zona oeste do Rio, concentra o maior número de mortes por covid.
“Por aqui, parece que banalizaram a morte. Vejo muito desrespeito e fico insegura de sair de casa”, comenta a estudante Catarina Andrade ao jornal O DIA, moradora de Campo Grande.
CONVÊNIO PARA UTIs
Com a taxa de ocupação preocupante dos leitos de UTI na rede SUS, a Prefeitura do Rio comunicou, nesta sexta, que busca uma parceria com o governo federal.
Havendo esse convênio, imediatamente, segundo a Prefeitura, 95 leitos de UTI nos hospitais Ronaldo Gazolla e no de Campanha do Riocentro serão abertos.
