O agente da Força Nacional morto nesta terça-feira no Rio de Janeiro era policial militar em Alagoas. Edmar Felipe Alves dos Santos, de 36 anos, entrou para a corporação em 2020 e estava no Rio desde outubro, quando a Força de Nacional veio reforçar as ações de combate a violência. O crime ocorreu na Rua Mario Barbedo, no bairro de Vila Valqueire, após uma briga, pouco depois das 21h30. Santos estava de folga. Segundo colegas, ele estava com passagem comprada para voltar para Alagoas e ficar perto da filha de dois anos. O retorno estaria marcado para o começo de dezembro.
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O soldado estava vivendo com outros 14 colegas, todos vindos do mesmo estado, numa casa localizada na Rua Mário Barbedo. Uma via aparentemente tranquila, com poucos prédios altos. De acordo com relatos, Edmar estava na casa com os colegas quando ouviu gritos de socorro e disparo de arma de fogo, vindos da residência vizinha.
Um morador disse ter ouvido primeiro um tiro, que teria sido dado na companheira do atirador, que seria transexual. Em seguida ouviu uma sequência de pelos menos mais três tiros. Um automóvel da marca Fiat, estacionado em frente ao imóvel, tem uma marca de tiro no para-brisa.
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— Na hora que o rapaz botou a cara para fora foi atingido. Aqui está complicado. A gente não sai de casa. Estamos presos — afirmou o vizinho, Armando da Costa Cunha.
O agente foi surpreendido ao sair no portão, armado, e foi baleado por um homem identificado como Eduardo Santa Rita Carvalho, de 24 anos. O soldado foi socorrido por colegas e levado para o Hospital das Forças Armadas, mas não resistiu.
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A casa onde os agentes estão hospedados tem dois andares e um terraço coberto. A fachada é coberta por ladrilhos marrons. O imóvel fica ao lado da residência onde o atirador morava com sua companheira, havia pelo menos um mês, segundo vizinhos. Moradores da região também contaram que a relação do atirador com sua companheira era conturbada e que os dois viviam brigando. Relatam ainda que a convivência com os soldados da Força Nacional era tranquilo.
Após o crime, o atirador escorregou na calçada, esbarrou num poste e fugiu em direção à Avenida Marechal Fontenelle, segundo testemunhas. No chão, frente as duas casas, ainda há várias manchas de sangue.
Agente se voluntariou para vir ao Rio
Santos era um dos 31 agentes enviados pela PM de Alagoas ao Rio em outubro. Na época da apresentação do grupo, em Maceió, ressaltou-se que eles tinham se voluntariado para a missão.
— Eu quero agradecer à Polícia Militar de Alagoas pela vontade de servir que a corporação sempre demonstra. Eu recebi a solicitação do Secretário Nacional de Segurança Pública para o envio de efetivo para a Força Nacional, e de pronto a tropa se disponibilizou. Agradeço a cada um de vocês. Tenham uma boa missão — disse na época, antes do embarque dos agentes, o secretário de Estado de Segurança Pública alagoano, Flávio Saraiva.
Na nota de pesar desta quarta-feira, o comandante-geral da corporação, coronel Paulo Amorim, prestou “as mais sinceras condolências aos amigos e familiares” e afirmou que a instituição está “à disposição para o que se fizer necessário”.